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sábado, 22 de junho de 2013

10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo Game parte 02 (1990 -2000 )

1990

"Super Mario Bros. 3", o jogo mais vendido de toda a história, é lançado. Apesar de enfrentar a concorrência do Mega Drive e do TurboGrafx, o NES teve o seu melhor ano. console contou com a ajudinha extra das softhouses que lançaram cartuchos com chips para que os gráficos fossem melhores.




O Super Famicom causou filas no Japão,
em 21 de novembro de 1990

Game Gear, portátil da Sega com a tecnologia do Master System, saiu no Japão em 6 de outubro de 1990
No Japão, o Super Famicom, Super NES para os brasileiros e americanos, é lançado. O console de 16 bits da Nintendo, guardadas as devidas proporções, é que mais se parece com os videogames atuais. Acompanhado de "Super Mario World", o Super Famicom provocou filas gigantescas diante das lojas especializadas.

Nos EUA, a Nintendo briga na justiça com a rede de locadoras Blockbuster e defende a tese de que o aluguel de cartuchos derruba as vendas.

A SNK, que durante muito tempo desenvolveu jogos para NES, como a série "Ikari Warriors" e "Crystallis", lança seu sistema de 16 bits, o Neo Geo. A plataforma, com versões profissionais (arcade) e domésticas, era muito superior aos consoles existentes, tanto em desempenho quanto em preço. Os consoles da SNK custavam US$ 500; os cartuchos, US$ 150. Esses números nada convidativos mantiveram as vendas em baixa.

A Sega mantém a política de conversão de jogos do arcade para o Mega Drive. O console ganha versões de "E-Swat", "Afterburner II" e outros sucessos, além de garantir os direitos do fantástico, porém desconhecido, arcade "Strider", o primeiro jogo de console com oito megabits. A Capcom já havia lançado uma versão adaptada de "Strider" para o NES. Mas é a conversão da Sega é que se destaca, tanto que "Strider" ganhou títulos de melhor jogo do ano. No departamento de hardware, a companhia lança o portátil Game Gear, com a mesma tecnologia do Master System, em 6 de outubro no Japão. O aparelho chegaria ao Ocidente no ano seguinte.


"Strider" para Mega Drive (Sega Genesis): melhor jogo de 90

Mais um portátil é lançado: TurboExpress, da NEC. O TurboExpress podia ser conectado a um sintonizador de TV. Na verdade, era um TurboGrafx portátil, com um ótimo monitor de cristal líquido. Preço: US$ 299,95. Pela segunda vez na história, um console vira portátil e, pela primeira vez, vem com monitor. O primeiro console a virar portátil foi o TV Boy, versão compacta do Atari 2600. Sem monitor e com entrada para cartucho, apesar de ter 100 jogos na memória, O TV Boy funcionava com pilha.

1991
A Nintendo lança a versão americana de Super Famicon, rebatizada como Super NES, por de US$ 249,95. Jornalistas questionavam se o novo Mario seria o suficiente para atrair os fabricantes dedicados ao NES.


Sonic, o mascote 'com atitude'
da Sega nasceu para competir
 com Mario Bros., da Nintendo
A Sega joga pesado e põe "Sonic the Hedgehog" no Mega Drive para competir com o novo console da Nintendo. O carismático personagem, que virou mascote da Sega, ganha as capas de muitas revistas que levantam o desafio: Mario ou Sonic, qual é o melhor? Mario ganha a disputa.
Acontece a primeira investida da Sony no mercado de videogames. A empresa propõe o lançamento de um CD-ROM, o PlayStation, para o Super NES. O periférico melhoraria as capacidades gráficas e sonoras com o novo formato em CD.
A Galoob Toys lança o Game Genie, um acessório que permite "mexer" no jogo: obter vidas infinitas e truques que deixam os jogos mais fáceis são os trunfos do apetrecho. Mais uma vez, a Nintendo não gosta nada da história. De acordo com a empresa, o Game Genie reduz o a diversão do jogo. A Nintendo perde a ação e o acessório continua sendo vendido. Ele é usado hoje em dia para rodar jogos no Nintendo, ultrapassando o chip de proteção do console (que com o tempo pára de funcionar direito). Quando a Galoob vai produzir uma versão para o Mega Drive, a Sega faz questão de ajudar a empresa.


O elástico Dhalsim, um dos
guerreiros de "Street Fighter I
I"

Nos arcades, uma revolução: o lendário "Street Fighter II", jogo mais famoso da década de 90 e renovador do gênero luta, é lançado. As casas de arcade se revigoram e compram placas e mais placas de "Street Fighter II". A concorrência investe em dezenas de similares de jogos de luta, que se tornaram sensação dos fliperamas, além de jogos mais sofisticados, como os de corrida com seus gabinetes com bancos e câmbio de marchas 'reais'.
A Atari volta às manchetes das revistas de jogos ao anunciar o desenvolvimento de um novo console de 16 bits, para competir com a Sega e a Nintendo.

1992

O atrito entre as softhouses e a Nintendo aumenta. A 'Big N' sé dá bem e consegue contrato de exclusividade de um ano para a conversão de "Street Fighter II". E mais: a Konami se compromete a lançar o jogo das "Tartarugas Ninjas", "Turtles in Time", para o console 16 bits da Nintendo.
A Konami e a Capcom faziam jogos para Mega Drive, mas seus melhores times nunca trabalhavam para o console da Sega. Convencida de que precisava aumentar sua participação no mercado, para atrair as melhores softhouses, e também de que a Nintendo só conseguiu tal feito após lançar séries de sucesso, a Sega corre contra o tempo e lança "Sonic the Hedgehog 2", no Natal. As vendas são estrondosas e ameçacam o reinado da Nintendo.
O Mega Drive ganha seu CD-ROM, o Mega CD, ou Sega CD nos Estados Unidos, mas a Sega não permite que as softhouses tenham acesso fácil a recursos como o zoom e a rotação de sprites.
Para impulsionar a venda do Sega CD, a Sega americana concentra os títulos nos "cinemas interativos", como "Night Trap", gêneros inadequados para cartuchos. Muitos arcades estavam sendo preparados, mas, no Japão, o periférico não pegou e parte dos projetos foi abandonado.Sony e Nintendo desfazem o projeto do CD-ROM para Super NES. Detalhe: os trabalhos estavam próximos da conclusão. Rumores de que a Sony conseguira um acordo e permitiria a Sony ter os lucros dos jogos de CD para Super Nintendo. Foi quando a Nintendo anunciou planos para trabalhar em conjunto com a Philips numa plataforma compatível com o console CD-i da empresa holandesa. A Sony, indignada, cancelou o desenvolvimento do CD-ROM e de seus jogos e começou a trabalhar num console próprio, de 32 bits com mídia baseada em CD, para destronar a Nintendo.


1993



3DO: tecnologia de ponta, mas o preço era proibitivo


A Panasonic começa a campanha de marketing do seu 3DO (US$ 699), o primeiro videogame 32 bits da história, desenvolvido pela empresa 3DO.

Com o apoio de grandes softhouses do mundo inteiro - algumas desenvolviam exclusivamente para o console - o 3DO pareceu invencível no começo, apesar de seu preço bem exagerado para um console doméstico. "Road Rash", da Electronic Arts, foi uma das sensações do console. A lista de jogos inclui "Crash 'N Burn", "Gex" e
"Way of the Warrior".




Atari bem que tentou popularizar o nome Jaguar com chaveiro, boné, camiseta, caneca, relógio e toda sorte de merchanding


A Atari arquiva o Panther, de tecnologia ultrapassada, e lança o Jaguar, que a empresa diz ser o primeiro console de 64 bits do mundo. Tecnicamente, é discutível se o Jaguar tinha ou não 64 bits. Na prática os jogos estavam apenas um nível acima dos consoles de 16 bits. Poucas softhouses fizeram jogos para o Jaguar, mas, pelo menos para os americanos, o console teve um valor sentimental. Foi no Jaguar que "Rayman", o mascote sem braços e pernas da UbiSoft, teve sua primeira aparição.

Nintedo e Sega anunciam seus videogames de próxima geração: Project Reality, de 64 bits, e Sega Saturn, respectivamente. Nesse momento, a Sega ainda não havia decidido se o Saturn teria 32 ou 64 bits.

A Sega, que dominava mais da metade do mercado de videogames nos Estados Unidos, lança "Sonic the Hedgehog 3". A Nintendo não havia colocado no mercado nenhum Mario novo desde o lançamento do primeiro "Sonic". Curiosamente, o excelente "Sonic the Hedgehog CD", lançado para o Sega CD e talvez o único título capaz de salvar o periférico da morte, teve sua música alterada (para pior) e foi pouco promovido nos Estados Unidos.

No Brasil, Gradiente e Estrela formam a Playtronic, joint venture que representa a Nintendo em território nacional. Todos os hardwares da empresa japonesa passam a ser fabricados em Manaus. A SNK também monta filial no Brasil, a Neo Geo do Brasil.




Com "Mortal Kombat", senado norte-americano abre guerra contra a violência nos jogos


A violência de jogos como "Mortal Kombat" e "Night Trap" abalam o Senado americano. Os senadores Joseph Lieberman e Herbert Kohl lançam uma investigação para saber como a violência dos jogos interfere na vida dos usuários. Mas a intenção real é banir os jogos violentos. As empresas de videogame concorrentes usam esta ocasião para se atacarem e criticam os lançamentos de "Night Trap" e "Mortal Kombat". Após a confusão, criam um sistema de censura por faixa etária e lançam jogos ainda mais violentos. Vale lembrar que para a ativar o sangue em "Mortal Kombat" para console era necessário inserir um código. Algo que todos os jogadores faziam questão de ativar.

1994

O lançamento de "Super Metroid", para Super NES, deixa a Nintendo em condições de dar o troco à Sega no mercado de 16 bits.
Jogos com o chip Super FX, como "Star Fox", são colocados no mercados para competir com os consoles de 32 e 64 bits.

Sega 32X foi uma tentativa da Sega de prolongar a vida do Mega Drive (Sega Genesis), mas faltou o suporte das produtoras


A Sega lança o 32X, periférico que transforma o Mega Drive em 32 bits por US$ 179,95. Para impedir que Jaguar e 3DO ganhassem espaço, o 32X sai com uma boa leva de jogos como "Virtua Racing", "Star Wars" e "Doom". Mas as licenciadas da Sega não confiaram no novo periférico. Nenhuma delas sabia o que a empresa de Sonic estava planejando para o 32X. Outro empecilho: a Sega não tinha condições de lançar o 32X no Japão.
Enquanto isso, a Nintendo lança o Super Game Boy por US$ 59,95. Os cartuchos de Game Boy rodavam no novo portátil e ainda ganhavam alguns recursos.
Quando nada se esperava de novo no Super Nes, a Nintendo surpreende o mercado com o lançamento de "Donkey Kong Country", desenvolvido pela Rare. O jogo foi apresentado numa feira nos Estados Unidos - o público esperava por informações do Project Reality. Mesmo com uma CPU lenta, o Super NES provou que ainda poderia competir com o Jaguar e o 3DO. O jogo foi o mais vendido do ano e a Nintendo encostou na Sega em número de consoles vendidos. Em 11 de novembro, a Sega coloca o Saturn, videogame de 32 bits, no mercado japonês, e com bons jogos. Entre eles estava o sucesso do arcade "Virtua Fighter".




Sony PlayStation chega ao Japão para tirar a supremacia da Nintendo


Em 3 de dezembro foi a vez da Sony entrar em ação com o PlayStation. A estréia se deu com ótimas conversões de arcade como "Ridge Racer", bons jogos originais encabeçados por "Battle Arena Toshinden" e alguns títulos medíocres como "Space Griffon".
A Sega lança mais um Sonic: "Sonic & Knuckles". Apesar do forte marketing, as vendas foram fracas se comparadas com as de títulos anteriores do mascote. Talvez os jogos da série, muito parecidos, tenham saturado o mercado. "Sonic & Knuckles" era um jogo cheio de segredos. O cartucho tinha uma entrada para outro cartucho e podia se conectar com títulos como o primeiro "Sonic"; as fases desse último podiam ser jogadas com Knuckles.
Apesar do sucesso de jogos como "Donkey Kong Country", as vendas em geral do ano foram baixas.


1995



Com lançamento antecipado nos Estados Unidos, Sega Saturn chega às prateleiras com poucos jogos


A data de lançamento do Saturn, nos Estados Unidos, é confirmada para o dia 2 de setembro, apelidado de 'Sábado Saturn'. Mas a Sega resolve se antecipar e coloca o console no mercado em maio, por US$ 399. As vendas foram baixas porque a estréia antecipada pegou as softhouses de surpresa, os títulos disponíveis eram poucos. Quem comprou o console, comemorou a chegada de jogos "Virtua Fighter", "Daytona USA" e "Panzer Dragoon". E os problemas continuaram. A pressa em se produzir jogos para o Saturn, fez com os títulos perdessem em qualidade.

A Sega e a empresa 3DO estavam prontas para anunciar um projeto conjunto de videogame de 64 bits baseado na tecnologia M2. Mas o acordo foi quebrado, embora os boatos tenham continuado por todo o ano.

O desenvolvimento de jogos para 3DO cai drasticamente em vitude do anúncio antecipado de um 64 bits.

A Panasonic acaba comprando a tecnologia M2 para uso doméstico por US$ 100 milhões, segundo dados fornecidos pela empresa.




Excêntrico demais, o Virtual Boy, da Nintendo, não pegou
Enquanto as pessoas querem saber como anda o Project Reality, agora chamado de Ultra 64, a Nintendo lança o Virtual Boy, por US$ 179,95. O portátil de 32 bits com visor mostra imagens 3D. A Nintendo declarava que as vendas do Game Boy iam bem, pois o Virtua, que exibia imagens em vermelho, era muito criticado e vendeu menos que o projetado. Deixou jogos como "Mario Tennis", "VTetris" e "TeleroBoxer".

O PlayStation é lançado nos Estados Unidos por US$ 299 - US$ 100 menos que o esperado. Uma boa coleção de softwares ajuda o PlayStation a vender bem - o console foi recebido com louvor por mídia e público.

O Jaguar continua caindo, mesmo com o lançamendo do Jaguar CD, periférico que permite o uso de CDs.

O lançamento do Nintendo 64, nome definitivo do Ultra 64, é adiado. A desculpa da Nintendo se repetiria no futuro: apoio, por mais alguns meses, aos desenvolvedores de jogos para Super NES.

A Nintendo revela o aparelho na Shoshinkai, uma feira realizada no Japão, e causa sensação com "Super Mario 64". Rumores indicam que poucos jogos estão sendo preparados para o novo console.

A Sega percebe que deixou o público confuso com o Saturn e periféricos para o Mega Drive, e cancela o projeto Neptune, um sistema integrado que combina Mega Drive e 32X.

O ano não termina bem no mundo dos videogames. Muitas empresas japonesas fecham suas filiais nos EUA e algumas softhouses americanas vão à falência. A briga entre Sega e Sony tem vencedor: a Sony.




"Sega Rally", para Sega Saturn


A Sega termina o ano com três conversões de arcade para o seu videogame Saturn numa tentativa de contra-atacar a popularidade crescente do PlayStation: "Virtua Fighter 2", "Virtua Cop" e "Sega Rally". Por outro lado, o suporte ao Sega CD e ao 32X, acessórios do Mega Drive (Sega Genesis nos Estados Unidos), é abandonado pela empresa.

1996

A Estrela deixa a Playtronic e a empresa passa a se chamar Gradiente Entertainment.

A Sony anuncia a redução do preço do PlayStation para US$ 199; novos produtos também são lançados. A Sega se vê obrigada a fazer o mesmo, mas não tem muitos desenvolvedores trabalhando para os seus consoles. Começam a surgir rumores de que a empresa vai parar de produzir hardwares e viver da conversão de jogos de arcade.
A Panasonic não faz demonstrações do M2, mas permite que a 3DO faça isso. A 3DO, por sua vez, se nega a falar sobre projetos futuros em nome do velho sigilo industrial.

A mídia CD parecia ser a única opção para os videogames domésticos e já havia muitas dúvidas sobre a viabilidade dos cartuchos.
O arcade "Virtua Fighter 3, um show de tecnologia, é lançado pela Sega. Uma versão para Saturn é logo anunciada. No Japão, o jogo teve excelente retorno comercial, mas nos Estados Unidos, onde jogos da Namco como "Soul Edge" e "Tekken" se davam melhor, o sucesso não foi o mesmo.




"Resident Evil" (PSX) tinha atores reais para as cenas não-interativas, algo que foi extinto nas seqüências e no remake
A Capcom coloca seu primeiro "Street Fighter" poligonal nas ruas: "Street Fighter EX". Sob a pressão do esperadíssimo "Street Fighter III", a versão "EX" não teve sucesso. Mas se "Street" dava sinais de cansaço, outra lenda da empresa nascia. Em 22 de março de 1996, "Biohazard" foi lançado para PlayStation. A versão americana ganhou nome totalmente diferente e apareceu oito dias depois. "Resident Evil" popularizou o gênero horror de sobrevivência nos videogames e gerou inúmeros clones.

Em mais um momento de declínio dos arcades, os jogos de simulação de ski, snowboard e jet ski começam a ganhar popularidade.

O mercado de fliperamas, antes dominado por jogos de tiro e ação à la "Final Fight", estava saturado de jogos de luta. Além disso, a sofisticação dos arcades tornava a diversão cara e afastava o público. A pequena diferença de qualidade entre consoles e arcades é outro fator que leva as máquinas grandes ao declínio.

A Nintendo comemora um bilhão de cartuchos vendidos pelo mundo, enquanto as lojas jogam fora estoques de cartuchos 16 bits.

A Sega tem um belo prejuízo, pois alguns jogos não vendidos ficaram mofando em armazéns. E a Acclaim, ex-queridinha de Wall Street, também passa por maus momentos. Tal qual no crash do Atari 2600, em 1984, ninguém queria saber de jogo ruim.

A Atari e a JST se fundem e a produção do Jaguar é oficialmente interrompida - na verdade, o console e seus periféricos já não vinham sendo fabricados há meses e a empresa vivia de estoques.

O portátil de 32 bits da Nintendo é descoberto por revistas online. A empresa acaba admitindo a existência do projeto Atlantis, console com chip RISC desenvolvido por empresas japonesas e européias ligadas à Nintendo. Mas o esperado lançamento do Nintendo 64 faz com que todos se esqueçam do Atlantis.

Nolan Bushnell retorna à cena como presidente da Aristo Games, empresa que produz módulos de internet para bares e fliperamas.




Nintendo 64 é lançado no Japão e, como o Sega Saturn, sofre com a falta de jogos


Finalmente, em junho, o Nintendo 64 é lançado no Japão. Muitas filas e tumultos eram esperados, mas a melhoria no sistema de distribuição permitiu que as pessoas comprassem o videogame até em lojas de conveniência. Os primeiros lotes do console logo foram vendidos, porém, pouco depois, as vendas caíram devido à falta de novos títulos. Só havia três jogos no mercado: "Super Mario 64", "Pilotwings 64" e "Saikyo Habu Shogi".

Os rumores se confirmavam: poucos jogos estavam sendo desenvolvidos e os lançamentos custavam a aparecer nas prateleiras.

Em setembro, o Nintendo 64 chega aos Estados Unidos por US$ 199. Mais de 1,7 milhões de unidades foram vendidas em três meses. Os desenvolvedores, que há pouco tempo se queixavam dos cartuchos, criam novos jogos graças ao bom desempenho do N64.

Na Shoshinkai, a Nintendo anuncia o 64DD, aparelho de disk drive que permite usar disquetes ao invés de cartuchos, aumentando a capacidade de armazenamento. O Rumble Pak, dispositivo para fazer tremer o controle, também é anunciado.




O talento de Naoto Oshima, criador de Sonic e de jogos como "Phantasy Star" e "Burning Rangers", não salvou "NiGHTS" das baixas vendas. Na época do lançamento, Sega Saturn estava em baixa e os mascotes perdiam espaço para os jogos violentos


O jogo "Nights", criado pela equipe de Sonic para levantar o Saturn, não emplaca. Claris e Elliot são levados a um mundo de sonhos que logo se transforma em um mundo de pesadelos. Eles, com a ajuda de Nights, precisam evitar que o vilão da história impeça as pessoas de sonhar. Os gráficos, que no início do jogo eram bem coloridos, iam ficando sombrios conforme os pesadelos tomavam conta da história. Apesar do fracasso do jogo, o personagem Nights tinha carismático e ficou na memória daqueles que deram uma chance para o game.

O ano termina com uma nova vitoriosa no mundo dos games: a Sony. Perto do Natal, a empresa chega a faturar US$ 12 mi por dia.

Com o sucesso do PlayStation, inicia-se uma guerra de preço entre os consoles de 32 bits.


1997

"Sega Super GT": tecnologia de "Virtua Fighter 3"


Depois de "Virtua Fighter 3", o segundo jogo para a placa Model 3 é lançado pela Sega. Trata-se de "Super GT" ("Scud Race" no Japão) que, desta vez, não é anunciado para o Saturn.

"Street Fighter III", da Capcom, é lançado, mas não emplaca. A softhouse já havia esgotado as possibilidades do gênero luta.

Mais competição entre as empresas de hardware: a Sony reduz o preço do PlayStation para US$ 149; a Nintendo faz o mesmo. O Saturn continua custando US$ 199, mas passa a vir com três jogos de 1995: "Virtua Fighter 2", "Daytona USA" e "Virtua Cop" (sem a arma).
A Sony, apesar de ter menos títulos que a Nintendo, ganhava a disputa no quesito qualidade. Os jogos para PlayStation faziam mais sucesso. Nessa briga, a Sega também se dava mal. Para cada três bons jogos do PlayStation havia um bom jogo para Saturn.
O projeto Atlantis da Nintendo é abandonado.
A GameWorks, uma supercasa de arcade ligada ao estúdio DreamWorks, de Steven Spielberg, é aberta em Seattle. Havia propostas para uma filial no Brasil.
O projeto Net Yaroze permite que, por US$ 750, os jogadores adquiram um PlayStation preto e bibliotecas (conjunto de programas para desenvolvimento de softwares). Pela primeira vez na história, os jogadores têm a chance de criar os próprios jogos, bastando, para isso, usar os kits e programar em C nos PCs. O MagiCard, do Atari 2600, desenvolvido por terceiros, deu aos jogadores recursos semelhantes aos do pacote da Sony.
Em março, a Sega e a Bandai, famosa por sua vasta linha de merchadising, antecipam a fusão prevista para outubro. Mas, em junho, o acordo é desfeito.




"Street Fighter II" para Master System: conversão brasileira


A Tiger Electronics lança o videogame portátil Game.com por US$ 69. Com tela de cristal líquido preto e branco, o Game.com tinha títulos pomposos como "Mortal Kombat Trilogy" e "Daytona USA", além de permitir conexão à internet. Mas não obteve sucesso.

A Tec Toy produz e lança "Street Fighter II" para Master System. Os gráficos e a qualidade do jogo impressionam, mas o console, acuado pela geração 32 bits, já estava cansado. Para golpes mais fortes, já que o Master System tinha somente dois botões, o jogador devia mantê-lo pressionado por um tempinho a mais.

1998

A Sega abre o jogo e admite que desenvolve o primeiro console de 128 bits da história. O projeto é batizado como Dural e Black Belt. Logo depois o nome é mudado para Katana. A Sega revela ainda que o novo console vai usar o sistema operacional Windows CE. Tradução: as conversões de títulos do PC se tornam mais fáceis.
A Sony, ao contrário da Sega, mantém o bico calado, mas as especulações de que a empresa trabalha à todo vapor para lançar o PlayStation 2 não param de pipocar. A empresa só admitiu estar desenvolvendo o projeto do console no meio do ano. A Sony não confirma, mas também não nega que o novo hardware vai rodar DVDs.
O Katana é apresentando em maio. O VMS (Visual Memory System), dispositivo de memória que é acoplado ao controle, causa boa impressão.




No começo eram 151 monstrinhos, mas a família "Pokémon" mais que triplicou ao longo dos anos

Os pokémons chegam aos Estados Unidos. Mas o episódio do desenho que provocou ataque epilético em 700 japoneses é editado sem as cenas 'perigosas à saude'. Dois games com os mostrinhos são lançados para o Game Boy e arrebentam - "Pokémon Red" e "Blue". A Nintendo festeja. Além de se tornarem os títulos mais vendidos da história da empresa, os jogos com Pikachu & cia. dão nova vida ao portátil. Logo depois, uma impressora e uma câmera são os primeiros periféricos lançados para Game Boy. Para felicidade da Nintendo, os apetrechos vendem como água.

A Sega anuncia que seu novo console será lançado em novembro, no Japão, com outro nome: Dreamcast. A Sega americana, por sua vez, planeja gastar US$ 100 mi para lançar o console nos Estados Unidos.

"F-Zero X", clássico no SNES, é lançado para o Nintendo 64. Mas enquanto a Nintendo se dedicava a revitalizar antigos sucessos, a Sony apostava num jogo de corrida com viés bem mais realista: o "Gran Turismo".

Novembro é um mês recheado. A Nintendo lança "The Legend of Zelda: Ocarina of Time" para o Nintendo 64. O jogo, um dos mais vendidos de todos os tempos, teve 325 mil reservas. Quem fez o pedido se deu bem e recebeu um cartucho especial. A Nintendo vendeu, só nesse ano, dois milhões e meio de cópias do jogo que renderam míseros US$ 150 milhões.

Em 27 de novembro, o Dreamcast é lançado no Japão. As primeiras 150 mil cópias do console são vendidas imediatamente, além de outras 132 mil unidades do jogo "Virtua Fighter 3".


Equipado com modem, navegador para internet e acessórios
 como mouse e teclado, o Dreamcast estava à frente de seu tempo. No entanto,
 não acumulou força o suficiente para combater a chegada
do PlayStation 2, que viria a ser lançado meses depois depois



1999

União entre gigantes. Nintendo e IBM anunciam um novo console: o Dolphin. A IBM se encarrega de fornecer à Nintendo um microchip de 400 Mhz, o Gekko. A Nintendo intenciona lançar o Dolphin antes do Natal de 2000.




Mascote da Sega faz novos amigos e inimigos em "Sonic Adventure", para Dreamcast


"Sonic Adventure" é lançado para o Dreamcast nos Estados Unidos. Sonic enfrenta, mais uma vez, o Dr. Robotnik. Mas há outro inimigo: Chaos. Os gráficos 3D do jogo são excelentes.

99 também foi o ano da volta de Guerra nas Estrelas aos cinemas. "Star Wars Episode I: The Phantom Menace" ganha versões, baseadas no filme de mesmo título, para PC e PlayStation. E Anakin Skywalker também pilota aquela engenhoca em "Star Wars Episode I: Racer".

"Donkey Kong" é lançado para o Nintendo 64. A história do gorila é curiosa. De vilão do primeiro jogo de Mario, ele se transformou em um dos mascotes da Big N. Sony e Sega, apesar de terem consoles superiores ao N64, enfrentam o carisma de Donkey Kong.

O sucesso dos pokémons no Game Boy e Game Boy Color faz com que a Nintendo lance "Pokémon Snap", para o N64. No jogo, a missão é fotografar os monstrinhos. A Nintendo ataca em outras frentes e anuncia o projeto do Game Boy Advance. O portátil colorido de 32 bits acoplado a um telefone celular vai permitir acesso à internet, era a promessa que não se concretizou. Para não desapontar os milhares de donos de Game Boy e Game Boy Color, a Nintendo garante que o GBA será compatível com os jogos dos 'irmãozinhos'. A JTS Files, empresa que comprou a Atari, vai à falência.




O nome do videogame da Microsoft nasceu como rumor, depois virou de projeto e acabou se tornando oficial
A poderosa Microsoft, não contente em dominar o mundo dos softwares, quer estender seus tentáculos ao mundo dos games. Surgem as primeiras notícias sobre o Xbox.

O Neo Geo Pocket Color - o preto e branco não chegou aos Estados Unidos - é lançado no mercado americano. O portátil de 32 bits custa US$ 69, bem mais barato do que os US$ 500 da versão doméstica original, que foi lançada em 1990.

No Japão, o preço do Dreamcast cai de US$ 250 para US$ 164. Em setembro, o Dreamcast se torna realidade para os americanos. A Sega diz ter faturado US$ 98 milhões apenas no primeiro dia de vendas do DC. Cada unidade custava US$ 199.
2000

"Crazy Taxi", boa conversão de arcade para o Dreamcast, faz sucesso. O jogador assume o papel de um motorista maluco que leva personagens bem distintos entre si para lugares como supermercado, loja e parque de diversões, entre outros. O bom desempenho do jogo ressucita a tese de que o forte da Sega são os arcades. Dois novos jogadores se arriscam no mercado de videogames - mas não duram muito: a VM Labs lança alguns tocadores de DVD com a tecnologia Nuon depois de três anos de propaganda. Software de qualidade que é bom, ainda está para aparecer. E o segundo novato vem da Indrema, uma empresa que começa a falar de seu novo produto: o Indrema L600 é um DVD e CD Player, vídeocassete digital e videogame, tudo baseado em um PC com sistema Linux. A empresa garante um sistema aberto, sem pagamento de royalties. Alguns acreditam que o sistema será um grande sucesso, e outros prevêem o fracasso.




Indrema: projeto de um videogame com sistema aberto não saiu do papel

A Nintendo insiste que o Dolphin será lançado ainda em 2000. Ninguém acredita, pois a empresa tem um longo histórico de atrasos e ninguém sequer viu o hardware.


Cercado de muita expectativa, Sony lança o PlayStation 2 no Japão
Em 4 de março, o PlayStation 2 é lançado no Japão. Milhares de japoneses passaram a noite em frente às lojas para assegurar o novo console. A novidade some das prateleiras. Não há previsão de lançamento do PS2 no Brasil, mas, por R$ 2 mil, é possível 'importar' a máquina.

"Ridge Racer V", "Kessen", "Street Fighter EX3", "Eternal Ring", "Stepping Selection", "DrumMania", "A-Resha De Go 6", "Kakinoki Shogi IV", "Mahjong Taika III", "Morita Shogi" são os dez jogos lançados junto com o PlayStation 2, mas os games decepcionam. Destes, "Ridge Racer V" é o que tem os melhores gráficos. "Kessen", um jogo de estratégia ambientado na era dos samurais, surpreende pela boa história e pela excelente trilha sonora. Já "Eternal Ring" foi prejudicado pela pressa da From Software em lançar o jogo junto com o console. Para piorar ainda mais a situação, dois defeitos foram rapidamente descobertos: inúmeros cartões de memória não funcionavam, impedindo a reprodução de DVDs e armazenamento de dados de jogos (que irritou muita gente) e a trava regional dos DVDs podia ser superada com um simples código (que alegrou muita gente).




"Metal Gear Solid 2" (PS2) chegaria aos Estados Unidos no ano seguinte, em novembro de 2001, com a missão de combater os lançamentos do GameCube e Xbox

A Sony teve que correr para corrigir os dois problemas, ou acabaria irritando consumidores e o consórcio internacional de DVDs. E para roubar um pouco da atenção do Playstation 2, a Microsoft revela o que não era segredo para ninguém, anunciando oficialmente o Xbox. Entre os detalhes comentados, Bill Gates em pessoa explica que o console será um Pentium III 733MHz com 64MB de RAM e um chip gráfico da nVidia ainda em fase de testes. A novidade fica por conta de um disco rígido, estipulado em cerca de 8GB. Foi só em maio, durante a E3, a maior feira de videogames do mundo, que o PS2 mostrou sua força para combater a concorrência. A Konami demonstra um vídeo de pouco mais de oito minutos com ninguém menos que Solid Snake, o herói de "Metal Gear Solid". A exibição parou literalmente a feira. O público delirou com as imagens de Snake.

Jogos que misturam música e personagens dançantes viram febre no Japão. "Beatmania" é um dos jogos mais festejados do novo gênero, mas a Sega também tem boa opção: "Samba de Amigo", jogo que não tem nada a ver com carnaval. Controles em forma de maracas dão um toque mais latino ao game.

A SNK desiste do mercado americano em 13 de junho, recolhendo os Neo Geo e Neo Geo Pocket Color, e adapta-os para poder vendê-los no mercado japonês.

Lara Croft, a musa mais desejada do mundo dos games, ganha concorrente: a bela Joanna Dark de "Perfect Dark", jogo desenvolvido pela Rare para o Nintendo 64. Mas a primeira aparição da senhorita Croft em um console da Nintendo, o Game Boy, prova que a carreira dela não vai se encerrar tão cedo. Outro sinal disso, é que a Eidos, apesar da crise financeira e dos rumores de perda do controle acionário, planeja, para dezembro, mais um jogo da franquia "Tomb Raider".




PlayStation fica compacto
A Sony lança o PSOne, o sucessor espiritual do primeiro Playstation. A nova versão tem apenas 1/3 do tamanho do original, e é 100% compatível.

A Square lança "Final Fantasy IX" no Japão e, em menos de uma semana, vende dois milhões de cópias do jogo.

Temendo a concorrência, a Sega se antecipa e anuncia para setembro a estréia da SegaNet. A idéia é usar a capacidade do Dreamcast de se conectar à internet e oferecer aos usuários, além de jogos online, serviços de e-mail, bate-papo e acesso à rede sem que, para isso, seja necessário usar um PC. Comenta-se que quem assinar o serviço de acesso à internet da Sega vai ganhar um Dreamcast de graça. Na verdade, o console não sai de graça, pois para obter o console é necessário ser assinante do Sega.net por dois anos.




Além do formato final do console, demos de "Star Wars" e de um "Zelda" realista foram alguns dos destaques da apresentação oficial do GameCube no Spaceworld
No dia 24 de agosto, a Nintendo abre sua anual Spaceworld, um show exclusivo da empresa para divulgar suas novidades, e revela o nome final do Dolphin: GameCube. Com seu formato cúbico e uma alça, a Nintendo vai no sentido oposto do marketing do Playstation 2: um brinquedo que pode (e deve) ser levado de um lado para o outro, enquanto o videogame da Sony é quase um eletrodoméstico. A notícia de que o videogame se chamaria Starcube, vazada alguns dias antes, assusta muita gente. Mas um dos aspectos que mais choca o público é a transição mais que atrasada para mídia ótica: o Gamecube utilizará miniDVDs com capacidade muito maior que um CD, mas menor que um DVD convencional: 1,6 GB.




Nintendo 64 Pikachu: para fãs
No meio tempo, a Nintendo acaba lançando um novo videogame, na verdade, uma nova versão do mesmo console. O Nintendo 64 Pikachu tem ninguém menos que o simpático rato elétrico estampado no console. Faltando um mês para o lançamento do PS2 nos EUA, a Sony anuncia que terá apenas 500 mil unidade do console e não um milhão como havia prometido. Dia 26 de outubro, o videogame, seus acessórios e 27 jogos (o primeiro PlayStation foi lançado com 17) chegam às lojas americanas e o caos começa. Pessoas ficam sem o videogame; aparelhos com defeito ficam sem reposição; aproveitores leiloam caixas vazias do PlayStation 2 em leilões. A situação só se regularizou no final do ano.

"Pokémon Gold" e "Silver" chegam aos Estados Unidos para a alegria da moçada e da Nintendo. Os mostrinhos assumiram a liderança em vendas e não largaram o posto durante o resto do ano.

Em novembro, a Sega revela os primeiros indícios da revelação chocante que anunciaria no ano seguinte: a tecnologia do Dreamcast começa a ser licenciada para que outros eletrodomésticos possam rodar jogos de Dreamcast. Em segredo, a empresa já planeja o lançamento de seus títulos para outras plataformas.

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